D. BERNARDO JOSÉ DA COSTA (Mesquitella)

Aficionado, antigo toureiro e notável escritor e crítico tauromáquico dos mais ilustres de Portugal. Colaborando em diversos jornais, foi, porém, no Semanário «Os Sports» que afirmou a sua inegável categoria de escritor e crítico, através de crónicas que ficaram como verdadeiros modelos, não só pelo perfeito conhecimento do assunto versado como pela imparcialidade de que se revestiam as apreciações. Idênticas qualidades patenteou como conferencista nas várias vezes que, em tertúlias ou grupos tauromáquicos, usou da palavra para ‘proferir palestras plenas de interesse e de excelente recorte literário. Acérrimo partidário da corrida de toiros integral, defendeu-a com o maior entusiasmo, procurando estabelecê-la nas arenas nacionais. Sobre tal assunto fez publicar «Toiros de Morte», um magnífico volume em que e reuniu valorosa argumentação favorável ao ponto de vista que defendia, exposto com extraordinária convicção e muito brilhantismo. Mais tarde fez parte, por duas vezes, de empresas exploradoras da praça de toiros do Campo Pequeno, primeiro associado com José Rodrigues Teixeira (1936-37) e depois com Pinto Barreiros, Dr. Emílio Infante, Máxime Vaultier, Justo Guimarães e Henry Chatelanaz (1938-40). Tendo em qualquer dos casos tomado a gerência, à sua inteligente acção se ficaram devendo os melhores «cartazes» até então apresentados em Portugal, resultando do facto ganhar mais seriedade e interesse a estrutura habitual dos programas nacionais. Essa melhoria, assim como a feliz iniciativa de estabelecer entradas gratuitas para aficionados insipientes, contribuiu decisivamente para o movimento que ase verificaria depois, favorável ao nosso toureio apeado, e, em consequência, para o ambiente que possibilitou o advento dos «matadores» portugueses.
Incompreendido por muitos, D. Bernardo da Costa afastou-se quase completamente da actividade tauromáquica e muito embora, em 1960, voltasse a subscrever algumas crónicas nem por isso se pode considerar regressado, pelo que continua vago o lugar que chegou a ocupar na crítica taurina de Portugal».
- Nasceu em 1899 e faleceu em Lisboa a 3 de Março de 1967.

- Enciclopédia Tauromáquica Ilustrada – 1962
- De Jayme Duarte de Almeida
- José Barrinha Cruz